8.12.02

Ultrassom pulsado em baixa intensidade eficaz em fraturas de difícil consolidação
Em artigo publicado em Journal of Trauma, outubro de 2001, pesquisadores da Universidade de Amsterdam afirmam que ultrassom pulsado em baixa intensidade leva à consolidação eficaz da maioria das fraturas sem resultado por intervenção cirúrgica.
O estudo, liderado por Dr Peter A Nolte, avaliou a eficácia do ultrassom de baixa intensidade em 29 pacientes com fraturas sem consolidação estabelecida na tíbia, fêmur, rádio/ulna, escafóide, úmero, metatarso ou clavícula.

A não-consolidação foi definida como falta de união em 6 meses pós-fratura ou fratura sem cicatrização ou sem melhora na cicatrização por pelo menos 3 meses antes do início do tratamento com ultrassom. A linha de fratura deveria ser visível em pelos menos dois planos ortogonais.

O tratamento consistiu de 20 minutos de aplicação diária de ultrassom de baixa intensidade realizada em casa pelo paciente com aparelho portátil.

Das 29 fraturas avaliadas, 25 consolidaram em média de 22 semanas, com índice de cura de 86%. Na análise ajustada, tabagismo foi o único fator de risco que significativamente reduziu o índice de cura. Três dos quatro pacientes que não obtiveram resultado eram fumantes ativos, achado que confirma o efeito negativo do tabagismo na cicatrização óssea.

Em comentários à Reuters Health, Dr Note afirma que o ultrassom é um tratamento alternativo para pacientes sem consolidação que não podem ou não querem ser submetidos à cirurgia. Entretanto, o tratamento com ultrassom não corrige deformidades, não sendo indicado para pacientes com graves defeitos de união.

Em editorial ao artigo, Dr Bruce H. Ziran, da Universidade de Pittsburgh, comenta sobre a necessidade de estudos futuros, em maior número de pacientes mais homogêneos, o que poderá delinear as indicações e limitações do ultrassom em fraturas sem consolidação.

J Trauma 2001; 51:693-703

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